O termo caipira (do tupi Ka’apir ou Kaa-pira, que significa “cortador de mato”), é o nome que os indígenas guaianás do interior do estado de São Paulo, deram aos colonizadores brancos, caboclos, negros e mulatos encontrados no grande interior do estado de São Paulo, sul do estado de Minas Gerais, norte do estado do Paraná, Todo o estado de Mato Grosso.
O professor Câmara Cascudo designa caipira como uma corruptela de “caapora”, palavra de origem tupi que significa “morador do mato”.
Sem sombra de dúvidas o ser humano do interior trás consigo a melancolia, a solidão do caboclo ou do mestiço que com suas roças e queimadas introduziam e incorporavam dos grupos indígenas que travavam contato seus conhecimentos medicinais, geográfico, criando formas de sobrevivência baseadas na lida com ervas do mato e as que já eram usadas anteriormente. Toda casa continha uma série de matos medicinais, vários chás e ervas, assim como no passado a mistura culinária nos proporcionou bolos de milho, mandioca, o eterno fogão a lenha, casas feitas de pau a pique e cobertas de palha ou de sapé.
Religioso, mítico, cheio de ritos, o contato com a natureza descreve de forma sucinta e breve esse ser humano típico de um espaço geográfico definido, devido à todo o processo de nacionalização, integração nacional, todo o complexo da comunicação televisiva querem unir, integrar o país com um tipo de fala e cultura padronizada, acabando por impor aos dialetos do interior, do litoral(caiçaras), grupos quilombolas, grupos indígenas, e a fala da capital que é bem típica o exemplo da capital paulista.
A religiosidade é profunda e marcante, segue uma séries de festas de devoção em todo o interior paulista.
Bom Jesus |
A devoção ao Bom Jesus da Cana Verde, ao lado de mais uma ou outra de suas denominações, é bastante difusa em todo o estado. Padroeiro de vários municípios, deu origem a cinco centros de peregrinação, sendo dois Santuários, patrono de várias romarias organizadas e cavalarias, de viajantes e pescadores. Ocorrência: Aparecida, Apiaí, Bananal, Bom Jesus dos Perdões, Brotas, Cabreúva, Conchas, Floreal, Ibitinga, Jardinópolis, Mira Estela, Monte Alegre do Sul, Monte Aprazível, Óleo, Paulo de Faria, Pilar do Sul, Pitangueiras, Ribeira, Ribeirão Bonito, Ribeirão Branco, Rio das Pedras. |
Catira |
Catira e cateretê são denominações de nossas danças de sapateado, derivadas do antigo fandango português. Ponteiam todo o Estado, incluindo-se a grande São Paulo. Com os Encontros de Catira no Revelando São Paulo buscamos estimular a participação das crianças e grupos de jovens. Ocorrência: Álvares Florence, Arealva, Caconde, Cardoso, Cidade de São Paulo, Barretos, Bauru, Dracena, Dois Córregos, Gastão Vidigal, Guapiaçu, Guarulhos, Holambra, Ibirá, Joboticabal, Mauá, Monte Aprazível, Nhandeara, Novo Horizonte, Osasco, Palestina, Palmital, Platina, Paraguaçu-Paulista, Paranapuã, Paulo de Faria, Piracicaba, Poloni, Sabino, Santa Fé do Sul, São José dos Campos, Sorocaba, Tabatinga, Tanabi, Tapira, Taubaté, Urupês, Votuporanga. |
Cavalarias |
Cavalarias (a denominação mais usual) e cavalgadas como sinônimos de quantidades de cavalos, reunião de pessoas a cavalo, reunião ou marcha de cavaleiros com finalidade de lazer ou mesmo religiosa, são um traço comum em todo o Estado, com área de maior concentração na Grande São Paulo e no Cone Leste, mostrando o grande o gosto, o prazer de significativa parcela dos cidadãos de todas as classes sociais no trato com os cavalos. Sua expressão mais significativa se dá nas inúmeras romarias a cavalo e nas cavalarias de São Benedito. Com orgulho, cavaleiros e amazonas de todas as faixas etárias e classes sociais participam dos mais variados eventos populares que acontecem à parte do universo chamado country. Ocorrência: Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Caconde, Cajuru, Cidade de São Paulo, Diadema, Espírito Santo do Turvo, Guararema, Guaratinguetá, Jaboticabal, Jaguariúna, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Nazaré Paulista, Osasco, Pilar do Sul, Pindamonhangaba, Piquete, Santa Isabel, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano, Suzano, São José dos Campos, Silveiras, Vargem Grande Paulista. |
Cavalhadas |
Há hoje em São Paulo duas modalidades de cavalhadas. Aquelas que reelaboram os relatos das lutas de Carlos Magno e os Pares de França contra os Mouros (lutas de Mouros e Cristãos) estruturando-se simbolicamente a rivalidade em dois campos que se opõem, nas investidas que cada grupo faz ao campo adversário e na oposição das cores: - azul para os Cristãos e vermelho a dos Mouros. O conflito é acirrado com mortes, raptos, prisões, embaixadas e resgates. Os cavaleiros (12 representando Mouros e 12 representando Cristãos) sempre muito hábeis nas manobras com seus animais, esforçam-se em campo para dar conta do entrecho dramático através de carreiras e evoluções, em duplas ou grupais, de manejos de espadas, lanças e tiros de festim, e com a participação de coadjuvantes mascarados, sempre em números variáveis. A luta termina com a vitória dos Cristãos e a conversão dos Mouros. A outra modalidade de Cavalhada, registrada no Brasil já no século XVI, sem entrechos dramáticos, estrutura-se em uma série variável de jogos montados:- das argolinhas, das canas (lanças), as alcancias. São muitas as notícias destes jogos eqüestres dentro da cidade de São Paulo no século XIX, o que sugere que os paulistas já possuíam um gosto especial pelo divertimento. Ocorrência: Franca, Guararema e São Luís do Paraitinga (Mouros e Crsitãos), Igaratá e Santa Isabel (de Jogos). |
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